segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Distúrbios eletrolíticos - água


Distúrbios eletrolíticos

A manutenção de um equilíbrio hidroeletrolítico adequado faz parte dos cuidados básicos de atenção a qualquer paciente, instável ou não, independentemente de sua doença de base. Daí a importância de eu ter escolhido esse assunto para ser o primeiro post do blog.

Distúrbios da água 

Desidratação

Conceito: concentração do volume extracelular secundária à perdas hidroeletrolíticas, cuja gravidade irá depender da magnitude do déficit em relação às reservas corpóreas e de relação entre o déficit de água e de eletrólitos, principalmente do sódio. 

Classificação:

1 - de acordo com a magnitude do déficit de água, estimada através de sinais clínicos e pela perda ponderal.

            Leve ou de 1º grau: perdas de até 5% do peso (EG: irritada, com sede, dorme mal e pouco; Boca: seca, lábios vermelhos, língua seca e saburrosa; Pele: quente, seca; Déficit estimado: 25 a 50 ml/kg)
            Moderada ou de 2º grau: de 5 a 10% do peso (EG: mais agitada, muita sede, raramente dorme; Boca: muito seca, lábios às vezes cianóticos; Olhos: fundos; Lagrimas: ausentes; Fontanela: deprimida; Pele: extremidades frias e elasticidade diminuída; Pulso: Fino; Enchimento capilar: lentificado; Déficit estimado: 50 a 100 ml/kg);
            Grave ou de 3º grau: maior que 10% do peso (EG: deprimida, comatosa; Boca: lábios cianóticos; Olhos: muito fundos; Lágrimas: ausentes; Fontanela: muito deprimida; Pele: fria, acinzentada, elasticidade muito diminuída; Pulso: muito finos; Enchimento capilar: muito lentificado (mais de 10s); Déficit estimado: > 100 ml/kg).

2 – de acordo com o nível sérico do sódio resultantes dessas perdas   
     
            Desidratação isotônica ou isonatrêmica: caracterizada por sódio sérico entre 135 mEq/l e 150 mEq/l. Há uma depleção de sódio e água, com uma perda proporcional à concentração do fluido extracelular. Não há, portanto, gradiente osmótico entre os compartimentos intra e extracelular, sendo este o tipo mais frequente de desidratação.
            Desidratação hipotônica ou hiponatrêmica: caracterizada por sódio menor que 130 mEq/l. Há uma depleção de sódio e água, porém com uma perda proporcional excessiva de sódio em relação à perda hídrica. Gerando um gradiente osmótico com consequente movimentação de água do espaço extracelular para o espaço intracelular, o que agrava os sinais e sintomas da desidratação.
            Desidratação hipertônica ou hipernatrêmica: caracterizada por sódio sérico maior que 150 mEq/l. Há depleção de sódio e água, porém com uma perda proporcional maior de a´gua. Há, portanto, gradiente osmótico, sendo que a maior tonicidade do meio extracelular leva a desidratação celular com graves sintomas secundários, principalmente ao comprometimento do SNC.

Tratamento

O princípios gerais do tratamento são os mesmos independentemente da etiologia da desidratação, deve-se apenas levar em consideração o grau das perdas de água (gravidade) e o nível de sódio (tipo de desidratação), não se esquecendo de que outros distúrbios eletroliticos e metabólicos poderão estar presente, merecendo atenção especial o equilíbrio ácido-base e os níveis de potássio.
De um modo geral, a desidratação leve e moderada pode ser tratada através de via oral, TRO, reservando-se a via parenteral para os casos mais graves, para a correção dos distúrbios eletrolíticos severos e para aqueles com vômitos incoercíveis ou com perdas continuadas muito intensas.

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